Ela naquele momento se via feliz por ter um amigo,mesmo que ele se mostrasse um completo inútil para ajudá-la. Sua situação era mesquinha,passando por momentos de completa clausura,vivenciando dias obscuros de fome e sensação de vácuo na alma. Aquilo ali podia ser chamado de inferno.
___ Sim. Como tal;podia se resumir aquele espaço.___ pensou ela enquanto passeava o olhar pelas paredes borradas de caca de pombos.
Os pombos teimavam em gorjear lá em cima ,amparados naquele pequeno quadrado de grade que deixava entrar um pouco de luz. Ela devia estar uns quinze metros abaixo do cubículo fechado com grade,não menos que isto. Como companhia ela possuía apenas uma foto da filha de sete anos entre as páginas de um livro e aquele pequeno amigo que a fitava vez ou outra como se a entendesse por completo.
Por um momento; deixou a lágrima cair por seu rosto já ossudo e maltratado,mas em um gesto brusco logo tratou de limpar antes que caísse em sua única lembrança bonita de uma vida que tivera antes : Sua filha!
Dias antes sua mãe havia lhe feito uma visita e dissera:
___ Seja forte! Você precisa ser forte, os dias passam rápido e em breve você estará conosco.
Ela sabia não ser verdade,havia sido condenada a trinta anos e estava em uma prisão do início do século xx nas Filipinas.
Só lhe restava contar com aquele pequeno rato como amigo:
___ Vem aqui ratinho,vem. ___ Chama ela consiguindo capturá-lo entre as palmas.
*Dani Cristina
Obrigada por ler.
Sucesso com as palavras.
Um Abraço!!!
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